Terceirizados tem maior incidência de morte no setor elétrico, aponta Dieese
Em 2008, a taxa de mortalidade ficou em 47,5 por 100 mil trabalhadores para terceirizados contra 14,8 para trabalhadores do quadro próprio das empresas
Carolina Medeiros, da Agência CanalEnergia, Recursos Humanos
01/04/2010
A mortalidade por acidente de trabalho no setor elétrico se mostrou substancialmente mais elevada entre os terceirizados do que entre trabalhadores próprios, de acordo com um estudo realizado pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) entre os anos de 2006 e 2008. Nesse último ano, o segmento contava com 227,8 mil trabalhadores, dos quais 126,3 mil eram terceirizados.
Segundo este dado, o nível de terceirização no setor elétrico naquele ano estava na casa de 55,5% da força de trabalho. No entanto, para fazer a avaliação, o Dieese descartou as informações das empresas que não divulgaram dados da mão de obra terceirizadas. Com base neste critério, chegou-se a um índice de terceirização da ordem de 58,3%.
O documento apontou que em 2008 a taxa de mortalidade da força de trabalho do setor foi de 32,9 mortes por grupo de 100 mil trabalhadores. Naquele ano, a análise segmentada da força de trabalho revelou uma taxa de mortalidade 3,21 vezes superior entre os trabalhadores terceirizados em relação ao verificado para o quadro próprio. A taxa ficou em 47,5 para os terceirizados contra 14,8 para os trabalhadores do quadro próprio das empresas.
A comparação entre as atividades, de acordo com o estudo, revelou que as empresas distribuidoras, no geral, apresentam taxas de mortalidade mais elevadas que as geradoras, cumprindo papel preponderante na definição da taxa de mortalidade do setor. Em 2008, a taxa de mortalidade de terceirizados das distribuidoras chegou a 56,9 contra 13 das dos demais segmentos para cada 100 mil habitantes. Observa-se, na análise por atividade, que também não há situação na qual a taxa de mortalidade do segmento terceirizado seja inferior ao do segmento próprio.
A análise regionalizada identificou que, nos três anos, as maiores taxas de mortalidade do quadro próprio foram registradas na região Norte. A maior, de 47,7, foi registrada em 2008. Em relação às taxas de mortalidade dos terceirizados, as maiores correspondem a três dígitos. Na região Norte, em 2006, foram 177 mortes por grupo de 100 mil trabalhadores, no Centro-Oeste, em 2007, 115,7, e outra vez no Norte, em 2008, 106,1.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário